MEMÓRIAS DE UM JOÃO-DE-BARRO NA FAZENDA
Essa história que vou contar para vocês é sobre uma lenda contada pela minha avó por parte de mãe, que até hoje o povo conta. Ela dizia:
“O joão-de-barro é um passarinho trabalhador, faz seu ninho com sua fêmea durante aproximadamente 18 dias. Seu habitat é sempre em campos com pouca vegetação alta, que é freqüente nas fazendas, parques e até mesmo em cidades.
Suas casas têm formato de forno; o barro que eles usam para construírem seus ninhos deve estar úmido e ter um pouco de palha para dar sustentação. Eles escolhem sempre um lugar aberto para se instalar, como árvores isoladas ou postes de energia elétrica.
A alimentação deles é formada por grãos de cereais, insetos como larvas e aranhas.
Cada ano, o casal faz um ninho novo ou reforma um antigo e é comum encontrar até 10 ninhos empilhados, formando um ‘arranha-céus’. Se o arranha-céu desses passarinhos tivesse os ninhos lado a lado, poderíamos compará-lo com um cortiço. Lembrei-me disso agora porque quando cheguei em São Paulo, nós sofremos muito por vivermos nesta situação precária.
O casal solta seu canto forte como se fosse um grito ou uma gargalhada e isso me faz lembrar que a lenda conta que o joão-de-barro já foi gente. Ele estava apaixonado e para provar ao pai da donzela -o grande chefe indígena- que era capaz de sustentar sua filha, teve que passar por várias provas e após ter passado bravamente por todas elas, transformou-se em pássaro. Sua amada, por estar também apaixonada, foi até a árvore em que se encontrava seu amado e transformou-se ela também em pássaro de plumagem parecida. Por isso é que, dizem, o joão-de-barro vive até hoje com uma parceira só e constrói sua própria casa.”
-Vovó, que história mais interessante! Eu nunca tinha ouvido essa lenda. Será que é verdadeira? Dá até pra acreditar.–disse a netinha que adorava ouvir histórias de animais.
Alice Strack Pereira & Josiane Ferreira da Costa (8ª SÉRIE B)