O vaga-lume e o sapo
Sylvio Luiz Panza
Vaga-lume era um inseto
Muito exibicionista.
Com seu brilho luminoso
Ofuscava até a vista.
Cada vez que ele era
Por alguém elogiado,
Não podia se conter
E ficava iluminado.
Certa noite na lagoa
Um sapão apareceu.
Vaga-lume se assustou
E depressa se escondeu.
Já sabendo o anfíbio
Da fraqueza do inseto,
Começou os elogios
E foi chegando mais perto.
“Como é linda a sua luz,
O seu vôo é tão soberbo!”
E com poucos elogios
Logo estava todo aceso.
Foi, então, o vaga-lume
Descoberto facilmente
E sem ter pra onde ir,
Devorado finalmente.
Logo após a refeição
Disse o sapo muito esperto:
“O melhor esconderijo
Não esconde um indiscreto!”